Passismo ou passadismo? A mobília é que paga

Foi bem acesa a troca de argumentos entre PS e PSD sobre o Orçamento de Estado no Parlamento. Depois de Luís Montenegro atacar as sucessivas erratas que os socialistas apresentaram ao OE, António Costa criticou os sociais-democratas por não apresentarem alternativas.

"O PSD exclui-se do debate", lançou o primeiro-ministro, considerando que "o Passismo é simplesmente uma nova versão de passadismo". A frase foi o suficiente para incendiar os ânimos no plenário, com fortes aplausos na bancada do PS e uma pateada na bancada social-democrata.

"Tenham o máximo de tolerância", pediu o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, preocupado com as pancadas que os sociais-democratas davam às mesas do hemiciclo. "Não façam pagar o mobiliário".

Mas houve mais mobília nos discursos. Para responder a Passos Coelho, que ontem acusava Costa de estar "de joelhos" na Europa, o líder parlamentar do PS, Carlos César assegurou que o primeiro-ministro não esteve ajoelhado em Bruxelas, mas admitiu que por lá deve ter encontrado um "genoflexório" que seria usado pelo seu antecessor.

César recordou ainda os quatro orçamentos e oito retificativos apresentados pelo anterior Governo e defendeu que é o documento agora apresentado pelo Governo que permitirá a Portugal sair do "plano inclinado" em que estava com a maioria PSD/CDS.