Oposição nos Açores ainda acredita que pode tirar maioria absoluta ao PS

Vasco Cordeiro vai continuar como presidente do Governo Regional dos Açores após as eleições do próximo domingo.

Se o objectivo confesso de todos os partidos da Oposição dos Açores era retirar a maioria absoluta ao PS de Vasco Cordeiro, tudo aponta para que, no próximo domingo, os socialistas continuem firmes no poder no arquipélago.

Com efeito, todas as previsões apontam para que o PS alcance a maioria absoluta pela quinta vez consecutiva, somando mais quatro anos aos vinte que já leva de Governo nos Açores.

Presidente do Governo Regional e recandidato a mais um mandato, Vasco Cordeiro considera que a maioria absoluta funciona “como factor de estabilidade” importante para os açorianos e confia no sucesso, apesar de o PS ter perdido um assento parlamentar nas últimas eleições.

Já o líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, reconhece a sua desvantagem face aos socialistas, mas continua a afirmar que quer retirar a maioria absoluta aos socialistas. José Manuel Bolieiro prometeu “mudar o estilo de governação” e estar “mais ao lado do povo”, definindo a demografia como grande desafio da região.

 

Novas Presenças na assembleia

As eleições de domingo deverão, ainda assim, determinar uma nova realidade no Parlamento Regional, com a possibilidade de três partidos poderem eleger representantes pela primeira vez: o Chega, o IL e o PAN.

O partido de André Ventura diz querer “dignificar a política” e retirar a maioria absoluta ao PS. O líder do Chega/Açores, Carlos Furtado, prometeu reforçar os meios de segurança, assim como as forças de socorro, afirmando que “é preciso acautelar os interesses das pessoas”. André Ventura deslocou-se aos Açores para acompanhar a campanha de Carlos Furtado.

Também João Coutrim FIgueiredo, líder do Iniciativa Liberal, participou ativamente na campanha do líder regional, Nuno Barata. Para o candidato do Iniciativa Liberal, Vasco Cordeiro “quer ser comandante sozinho”, mas vai ter de contar com “muitos imediatos” – assumindo que o seu objectivo é alcançar um lugar na Assembleia Regional.

O PAN, que também ambiciona conquistar um assento, acusou o Governo de virar as costas ao turismo do arquipélago e propôs um rendimento básico de emergência para as pessoas não elegíveis para os apoios criados no âmbito da pandemia.

O porta-voz e candidato do PAN/Açores, Pedro Neves, considera que “este vai ser o ano” em que o partido entra no Parlamento açoriano, apesar de só estar representado em sete dos dez círculos eleitorais.

 

Retirar a maioria ao PS

À semelhança do PSD e do Chega, também o CDS definiu como objectivo retirar a maioria absoluta ao PS. O candidato do CDS, Artur Lima, afirmou-se mesmo disponível para diálogar à esquerda e à direita caso se verifique uma maioria relativa e haja que encontrar uma solução parlamentar. O CDS-Açores contou com enorme empenho na campanha do líder nacional, Francisco Rodrigues dos Santos.

Na mesma linha, António Lima, candidato do BE, espera conseguir fazer parte do próximo Governo Regional.

 

Demografia Eleitoral

É necessário garantir 29 deputados para governar em maioria absoluta.

Neste momento, o PS tem 30 lugares, seguido do PSD com 19. A terceira força política, é o CDS-PP, que neste momento tem quatro lugares, seguido do BE com dois. O PPM, tal como a CDU, tem um lugar no Parlamento.

*texto editado por Luís Claro