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Diogo Vaz Pinto


  • Hervé Guibert. A fotografia entre o delito e a prática amorosa

    Meio anjo, meio demónio, assim foi descrito este autor imensamente prolífico, que se matou pouco depois de completar 36 anos, um ano após ter revelado que fora infectado pelo vírus da sida, e que fez da doença um impulso decisivo para fazer cair todas as máscaras, expor todos os segredos.

    Hervé Guibert. A fotografia entre o delito e a prática amorosa

  • Jon Fosse. O Nobel que veio do frio

    Um gigante das letras no seu país, Fosse é um autor bastante reservado, que se esquiva o mais possível ao lado mundano da vida literária. Dá poucas entrevistas e protege o seu foco, o que lhe permitiu tornar-se prodigiosamente prolífico.

    Jon Fosse. O Nobel que veio do frio

  • 50 anos do hip-hop: entre a aclamação

    Em agosto de 1973, um DJ que dava pelo nome de Kool Herc combinou duas faixas numa festa no Bronx e deu origem a algo novo. 50 anos depois, o hip-hop arrisca-se a cair na pura ostentação.

    50 anos do hip-hop: entre a aclamação



  • Margarida Vale de Gato. A omeleta com tudo o que havia na despensa académica

    Unanimemente louvado como um livro central numa suposta renovação do campo da poesia portuguesa mais recente, “Mulher ao Mar” regressa, e o corpo lançado às vagas é já uma embarcação tripulada por uma série de vozes, sobretudo femininas (as “corsárias”), produzindo muita vozearia no convés, mas depois fica naquele tom amontoado, pairando no ar sem chegar…

    Margarida Vale de Gato. A omeleta com tudo o que havia na despensa académica

  • J.-K. Huysmans. A impugnação do gosto dominante

    Obra-prima de inspiração tenebrosa, livro de cabeceira do decadentismo, com Ao Arrepio Huysmans desferiu um golpe estarrecedor nos salões literários de Paris e superou a escola naturalista e a influência de Zola, encerrando-se numa novela prenhe de desdém pelo mundo moderno. A contrapelo das ficções literárias que marcavam o tom socialmente empenhado da época e…

    J.-K. Huysmans. A impugnação do gosto dominante

  • Borges. O último elo da tradição épica

    Há autores cuja influência é de tal modo radiante que se diz que fundam um género por si sós. Com a sua colossal memória, Borges fez mais do que escrever muitas das páginas mais aliciantes do século passado, tornou-se o guardador dessas passagens que os leitores criam entre as grandes obras literárias, e a sua…

    Borges. O último elo da tradição épica

  • Oppenheimer e a bomba atómica que chegou ao cinema este verão

    O filme de Christopher Nolan foi repudiado por alguma da crítica de cinema, sobretudo entre nós, sinalizando uma espécie de indisposição face aos elementos de reflexão nesse teatro negro através do qual o cineasta articula as indecifráveis notícias dos nossos dias numa música excessiva e quase insuportável, dando-nos uma visão do terror que aí vem.

    Oppenheimer e a bomba atómica que chegou ao cinema este verão

  • Um inédito de Fernando Pessoa num tempo em que seria de se exigir “pão para os vivos”

    O culto de mortificação que se constrói hoje de forma simétrica ao regime da consagração literária voltou a ser exposto quando os jovens editores de uma revista literária sentiram necessidade de ir buscar uma banalíssima composição inédita de Fernando Pessoa para obterem um destaque nos jornais.

    Um inédito de Fernando Pessoa num tempo em que seria de se exigir “pão para os vivos”

  • Mario Tronti (1931-2023). O “revolucionário conservador” que fundou o operaísmo italiano

    Morreu na segunda-feira, aos 92 anos, o “senador da destituição”, uma figura ímpar na política italiana e na compreensão dos conflitos sociais que deram origem ao capitalismo. Mario Tronti elevou o ódio à classe burguesa a um elemento decisivo no combate político, assumindo o imperativo de se conhecer o inimigo melhor do que este se conhece a…

    Mario Tronti (1931-2023). O “revolucionário conservador” que fundou o operaísmo italiano

  • A luta contra um silêncio cancerígeno num mundo cada vez mais conectado

    Em plena era digital, as tecnologias não podem já ser encaradas como meios ao nosso dispor, mas obrigam-nos a organizar as nossas vidas à sua volta, impondo barreiras, formas de distanciamento e separação entre as pessoas, que encafuadas online deram por si capturadas numa teia onde o encontro não passa de uma miragem.

    A luta contra um silêncio cancerígeno num mundo cada vez mais conectado

  • Natália Correia. “A maviosa maldade musical”

    No ano em que se assinala o centenário do nascimento da poeta açoriana, a reedição da sua obra poética surgiu como uma nota de rodapé face ao destaque dado a uma portentosa biografia, persistindo a imagem da figura pública enquanto a recepção crítica que a obra merece continua à espera de uma geração de leitores…

    Natália Correia. “A maviosa maldade musical”

  • Anabela Mota Ribeiro. Açular a matilha

    O texto de João Pedro George demoliu de forma estrondosa a suposta estreia fulgurante de Anabela Mota Ribeiro no romance, com o livro “O Quarto do Bebé”. Mas, como em tudo, e para que a polémica não fique por aí, vale a pena virar o bico ao prego, e dar a ver o outro lado…

    Anabela Mota Ribeiro. Açular a matilha

  • Pablo Neruda. O túmulo mais ruidoso da América Latina

    Meio século depois, o túmulo de Pablo Neruda é ainda um túnel negro, “como se no coração nos afogássemos,/ como irmos caindo da pele até à alma”. Depois de várias perícias continuam as dúvidas sobre se morreu ou não envenenado, depois do golpe militar que derrubou Allende, e nos últimos anos, na sequência do MeToo,…


  • A tranquila radicalidade das Edições do Saguão

    No nosso país não houve outra editora que tenha aproveitado melhor a lição de Roberto Calasso sobre a vantagem de se criar uma colecção de “livros únicos”, buscando essa vertigem das obras cuja singularidade desafia as convenções que minam o espaço literário.

    A tranquila radicalidade das Edições do Saguão

  • Milan Kundera. O obituário da cultura ocidental

    Na morte de Milan Kundera seria mais justo que, em vez de nos entregarmos aos fastidiosos protocolos das despedidas, revirássemos o necrológio, relembrando como o romancista assinou o obituário do Ocidente dos tempos modernos.

    Milan Kundera. O obituário da cultura ocidental

  • A inteligência artificial e o mundo dos livros

    Entre o mais recente livro de Rui Nunes, onde nos confrontamos com um quotidiano devastado em que os vivos já mal se distinguem dos mortos, e o imprescindível testemunho de Roberto Calasso, num livro onde reflecte sobre o papel do editor enquanto intermediário decisivo num mundo onde impera a lógica do imediatismo, é possível traçar…

    A inteligência artificial e o mundo dos livros

  • Unabomber: terrorista ou revolucionário? Talvez hoje não possa haver um sem o outro

    Ted Kaczynski, mais conhecido como Unabomber, suicidou-se na sua cela no passado sábado, sendo que, depois de um reinado de terror de 17 anos, e de mais duas décadas encarcerado, veio a transformar-se numa figura cada vez mais polarizadora, encarado por muitos como mais outro psicopata violento, enquanto um número crescente de pessoas o veem…

    Unabomber: terrorista ou revolucionário? Talvez hoje não possa haver um sem o outro