Em entrevista publicada na edição de hoje do Diário Económico, Barroso manifestou-se esperançado em que a coligação PSD-CDS/PP e o PS "encontrem pontos para chegar a um acordo", advertindo para a possibilidade da entrada para o governo de partidos que não respeitam os compromissos internacionais de Portugal.
"O que me pareceria negativo, de um ponto de vista económico, até para a imagem do país, é que aqueles que não aceitam os compromissos internacionais de Portugal, aqueles que se opõem à União Europeia, ao Tratado orçamental – que hoje em dia é uma obrigação do Estado português – venham para o Governo", sublinhou.
O ex-primeiro-ministro alertou que as pessoas começariam a interrogar-se sobre a essência do Governo. "As pessoas começavam a dizer: que governo é este? É um Governo que vai ou não cumprir as suas obrigações? A menos que tenha havido uma conversão súbita de todos aqueles que até ontem eram contra a União Europeia, contra o Tratado Orçamental", argumentou.
Barroso alertou que "Portugal tem obrigações que foram assumidas pelo Estado português e tem de respeitá-las", advertindo que, se isso não acontecer, "haverá custos para o país".
"A questão é saber se aqueles que vierem a estar à frente do Governo têm a credibilidade para manter esses compromissos", sustentou.
O ex-líder social-democrata sustentou ainda que os eleitores socialistas não votaram numa solução de Governo com o Bloco de Esquerda e o PCP.
"Há uma coisa que sei: os eleitores socialistas não votaram no PS para um Governo com o PCP e o BE. Toda a gente sabe que não foi esse o sentido de voto dos eleitores socialistas", argumentou.
Lusa/SOL