Governo “respeita” posição do PSD mas foco é a descentralização

 Governo está “muito empenhado em trabalhar de forma muito próxima com a ANMP.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, comentou a posição de Luís Montenegro, líder do PSD, sobre a realização de um referendo à regionalização em 2024, que diz “respeitar”, sublinhando, no entanto, que a prioridade do Governo, neste momento, é a descentralização. “Ouvi as declarações do novo presidente do PSD com o maior dos respeitos, respeitando obviamente a sua opinião, mas também quero transmitir que o principal foco do Governo neste momento é a descentralização”, disse Ana Abrunhosa, à margem de uma visita à 57ª edição da Capital do Móvel, em Lisboa.

O Governo está “muito empenhado em trabalhar de forma muito próxima com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e em fazer o diálogo com os presidentes de Câmara”, garantiu Ana Abrunhosa, argumentando: “Já disse várias vezes que, se não fizermos bem a descentralização, não vale a pena pensar na regionalização. Neste momento, é extemporâneo estar a falar de regionalização enquanto não dermos provas de que fizemos bem a descentralização”.
“É com grande respeito que ouvimos a opinião de Montenegro líder da oposição, mas o foco agora é mesmo a descentralização”, concluiu a governante.

Referendo em 2024 Luís Montenegro, que tomou recentemente posse como presidente do PSD, mostrou-se contra a realização de um referendo à regionalização em 2024, no discurso de encerramento do 40.º Congresso do partido, no fim de semana passado.

Depois de reunir com Marcelo Rebelo de Sousa, Montenegro reiterou a opinião. “Não tenho conhecimento de ninguém que discorde da posição da direção e da minha relativamente à inviabilidade de termos um processo referendário em 2024, mas sei que há muito no PSD quem tenha opiniões divergentes quanto à matéria de fundo, mas não estamos a promover esta discussão”, disse, argumentando não fazer sentido avançar com “uma discussão estéril sobre o nada”.
“Sou absolutamente contra a realização de um referendo em 2024, para que não haja equívocos. E, naturalmente, que não havendo um referendo em 2024 – que já teria de se conciliar com eleições europeias e regionais nos Açores – não é em 2025 com eleições autárquicas ou em 2026 com presidenciais e legislativas que a oportunidade se vai abrir”, argumentou Montenegro.