Investigação sobre hidrogénio e lítio já tem 14 arguidos

Nascer do SOL sabe que operação já tem 14 arguidos e decorreu em Montalegre, Boticas, Barcelos, Braga, Porto e Lisboa.

A operação no âmbito do inquérito sobre o hidrogénio e o lítio que levou esta terça-feira à demissão de António Costa já tem 14 arguidos, sabe o Nascer do SOL, tendo as buscas decorrido em Montalegre, Boticas, Barcelos, Braga, Porto e Lisboa.

João Galamba é um deles. De acordo com um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), “estão a ser realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios deprova de interesse apara a descoberta da verdade”.  

A PGR informa na nota que foram realizadas “17 buscas domiciliárias, cinco buscas em escritório e domicilio de advogado, 20 buscas não domiciliárias, designadamente: em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do Primeiro-Ministro, no Ministério do Ambiente e da Ação Climática, no Ministério das Infraestruturas e na Secretaria de Estado da Energia e Clima”, bem como na “na Câmara Municipal de Sines e “na sede/espaços de outras entidades públicas e de empresas”. 

“As buscas nos espaços utilizados pelo chefe do gabinete do Primeiro-Ministro estão a ser acompanhadas por juiz de Instrução Criminal. Em causa poderão estar, designadamente, factos suscetíveis de constituir crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência”, diz ainda a PGR, em comunicado.  

Estão a ser investigados “factos relacionados” com as “concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas); um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, apresentado por consórcio que se candidatou ao estatuto de Projetos Importantes de Interesse Comum Europeu (IPCEI)” e “o projeto de construção de “data center” desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade “Start Campus”. 

“Em face dos elementos recolhidos na investigação e por se verificarem os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas, o Ministério Público emitiu mandados de detenção fora de flagrante delito do chefe de gabinete do Primeiro-Ministro, do Presidente da Câmara Municipal de Sines, de dois administradores da sociedade “Start Campus” e de um advogado/consultor contratado por esta sociedade”, pode ler-se ainda.  

 “Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação”, diz a PGR. 

“O Ministério Púbico procedeu ainda à constituição como arguidos de outros suspeitos da prática de factos investigados nos autos, designadamente do Ministro das Infraestruturas e do Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente”, conclui a nota.  

Notícia atualizada às 19h15