Governo vai ouvir Marcelo e partidos sobre eventual reconhecimento do Estado palestiniano

Portugal assinou na ONU uma declaração conjunta de 15 países da Europa, onde manifestava intenção de reconhecimento em setembro.

Luís Montenegro anunciou, esta quinta-feira, que vai ouvir o Presidente da República e os partidos políticos sobre possibilidade de reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro.

“O Governo decidiu promover a auscultação de sua Excelência o Senhor Presidente da República e dos Partidos Políticos com representação na Assembleia da República, com vista a considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano, num procedimento que possa ser concluído na semana de Alto Nível da 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a ter lugar em Nova Iorque no próximo mês de Setembro”, lê-se num comunicado do gabinete do primeiro-ministro.

“Dos múltiplos contactos havidos, pôde estabelecer-se que muitos dos Estados com que Portugal tem concertado posições sobre a matéria evidenciaram disponibilidade para iniciar o procedimento de reconhecimento do Estado Palestiniano”, adianta ainda o primeiro-ministro.

A decisão surge na sequência das garantias apresentadas pela Autoridade Palestiniana”, sobre a “disposição de reconhecimento e normalização das relações com Israel por parte de um número significativo de Estados árabes”, e da “evolução altamente preocupante do conflito, seja na dimensão humanitária, seja na repetida alusão à possibilidade de anexação de territórios palestinianos”.

As exigidas à Autoridade Palestiniana passam pela “condenação dos atos terroristas do Hamas e exigência do seu total desarmamento”, a “exigência da libertação incondicional e imediata dos reféns de Gaza e dos prisioneiros”, o “compromisso de reforma institucional interna e de organização de eleições num futuro próximo”, e a “aceitação do princípio de um Estado palestiniano desmilitarizado, cuja segurança externa seja garantida por forças internacionais”.

Incluem-se ainda a “prontidão para retomar a administração e o controlo total da Faixa de Gaza, com saída do Hamas” e o “reconhecimento do Estado de Israel e das necessárias garantias de segurança”.