Contas da Iniciativa Liberal não vão a votos e evitam chumbo

Contas foram apresentadas em cima da hora e como o conselho fiscal não deu parecer foi decidido retirar esse ponto do conselho nacional.

A Iniciativa Liberal retirou na véspera da realização do conselho nacional, que se realizou este domingo, em Coimbra, a votação das contas do partido, que era um dos pontos na ordem de trabalhos do encontro. Tal como o Nascer do SOL já tinha avançado, este era um dos assuntos polémicos, uma vez que as contas não contavam com o parecer do conselho fiscal por terem chegado tarde às suas mãos.

O Nascer do SOL sabe que o assunto ainda foi discutido numa reunião entre elementos da comissão executiva e do conselho fiscal, mas, considerando o facto de que as contas foram apresentadas em cima da hora, houve recusa por parte dos últimos. O Nascer do SOL sabe ainda que havia valores que estavam mal reportados, e daí a decisão de retirar este ponto da ordem de trabalhos do conselho nacional dos liberais.

Também retirado da discussão em Coimbra foi o código de conduta. A ideia do partido é que os seus colaboradores respeitem um conjunto de regras e princípios – o tema ficou adiado para discussão no futuro próximo.

O Nascer do SOL tentou obter uma reação da direção do partido, mas tal não foi possível até à hora de fecho desta edição.

Ausente deste encontro esteve outro tema quente: o facto de os conselheiros nacionais não saberem de qualquer tipo de conversações com o PSD. Depois de ter sido partilhada uma fotografia de um almoço entre Luís Montenegro e Rui Rocha, numa tentativa de estabelecer uma solução de Governo alternativa ao PS. Já na semana passada, o social-democrata Duarte Pacheco referiu que estava a ser preparada uma alternativa de governação alargada com a IL. De acordo com o deputado, num podcast ao jornal Observador, o país está desgovernado e o PSD tem muitos princípios em comum com a Iniciativa Liberal. Uma notícia que não caiu bem aos conselheiros, pelo facto de terem sido apanhados de surpresa.

Recorde-se que este encontro decorreu depois da saída de Carla Castro como vice-presidente da bancada parlamentar. Alegando que «os cargos devem ter efetivo exercício dos mesmos – neste caso participação na estratégia, comunicação e gestão – e não sendo o que está a acontecer, e não estando na política por cargos», apresentou a sua demissão. Logo a seguir, foi a vez de Paulo Carmona – que foi candidato da IL pela Guarda, nas legislativas de 2019 e candidato da IL, por Sintra nas autárquicas de 2021– bater com a porta e anunciar a sua saída do partido.