Ainda sem certezas sobre o futuro calendário eleitoral, os partidos preparam as máquinas para os cenários sobre os quais têm certezas. As eleições autárquicas de setembro de 2025 são o próximo desafio eleitoral ditado pelo calendário e o facto de muitos autarcas terminarem o seu ciclo, por via da limitação de mandatos, coloca um desafio importante às principais forças políticas.
Apesar de ainda haver um ano para definir estratégias, os partidos já começaram a designar equipas para se ocuparem das autárquicas de 2025 e algumas conversas informais já se começaram a fazer.
PSD desafia IL para coligações
O desafio não é novo e já ocorreu nas últimas autárquicas, mas, na altura, a Iniciativa Liberal, ainda liderada por João Cotrim de Figueiredo, considerou que o partido precisava de se afirmar em todos os atos eleitorais e rejeitou entendimentos para disputar autarquias.
Agora, sabe o Nascer do SOL, já começaram algumas conversas, embora informais, entre responsáveis do PSD e da IL para avaliar se e em que autarquias as duas forças políticas poderiam ter interesse em apresentar listas de candidatos conjuntas.
Nada está fechado e as conversas estão ainda numa fase muito inicial, de tal forma que, apesar de nos terem sido confirmadas pelo PSD, do lado na Iniciativa Liberal a resposta ainda é: «Não existem conversas». No entanto, o partido liderado por Rui Rocha admite a possibilidade de entendimentos e, numa resposta enviada ao nosso jornal, adianta: «A Iniciativa Liberal avaliará potenciais coligações nas eleições autárquicas quando o momento se puser, com as suas estruturas locais».
Fonte que tem participado nestes contactos entre os dois partidos diz ao Nascer do SOL que haverá vantagem em conseguir entendimentos sobretudo em algumas autarquias onde a junção de PSD_e IL, pode garantir vitórias importantes.
Capitais de distrito são apostas principais
Numa estratégia de manter autarquias que podem estar em risco e de conquistar câmaras aos socialistas, sociais-democratas e liberais analisam nesta fase os municípios em que as duas forças partidárias podem ter vantagem em somar votos.
Capitais de distrito como Lisboa, Aveiro e Braga são três autarquias que estão em cima da mesa, sendo o Porto um caso à parte, agora que o independente Rui Moreira se prepara para abandonar o lugar e os socialistas têm dois nomes fortes para a corrida: Manuel Pizarro, o mais provavel, ou José Luís Carneiro, que também gostaria de enfrentar o desafio. Ao que sabe o nosso jornal, o processo que pode conduzir a entendimentos entre PSD e IL vai ser feito com discrição e em conjunto com as estruturas locais, para não ferir suscetibilidades.
A base para a avaliação que está a ser feita leva em linha de conta os últimos resultados eleitorais das legislativas e das europeias, que permitem perceber as regiões em que a soma de votos pode garantir vitórias. Acresce que desde as autárquicas de 2021 a Iniciativa Liberal, o partido mais recente, já conseguiu mapear a nível nacional o seu eleitorado e perceber os locais onde o partido mostra uma consistência de votantes.
Para o fim deste processo vai surgir a questão mais difícil:_perceber se a IL vai abandonar a máxima de ir a votos sózinho. Para já, há abertura para pensar e o PSD aposta que alguns entendimentos vão ser possíveis.