Felipe Ettore, delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, recebeu sexta-feira passada o relatório da polícia relativo à investigação do homicídio de Rosalina Ribeiro e poderá propor ao Ministério Público (MP), no relatório final, a constituição de Duarte Lima como arguido, com base nos «fortes indícios» que o apontam como principal suspeito –…
Pouco tempo depois de o corpo de Rosalina Ribeiro ter sido encontrado em Saquarema, a 90 quilómetros do Rio de Janeiro, em Dezembro de 2010, os advogados de Duarte Lima no Brasil pediram – e foi-lhes concedido – o acesso às fotos do cadáver e do local onde foi encontrado.
A entrevista que Domingos Duarte Lima deu a Judite de Sousa, na RTP, em Agosto de 2010, na sequência da revelação em Portugal da morte misteriosa de Rosalina Ribeiro, foi junta pelas autoridades brasileiras ao inquérito sobre o crime.
Duarte Lima, que em Portugal tem invocado o sigilo profissional enquanto advogado de Rosalina Ribeiro para se escusar a responder a perguntas relacionadas com esta, chegou a concordar numa primeira fase em pedir o levantamento desse segredo. Depois, porém, nunca mais respondeu à Polícia.
Os advogados de Duarte Lima no Brasil, que tiveram acesso ao inquérito sobre a morte de Rosalina Ribeiro logo no início de 2010, apontaram a disputa em torno da herança de Lúcio Tomé Feiteira como o móbil do crime, tentando condicionar a investigação.
Duarte Lima tentou desviar as atenções da Polícia brasileira, lançando suspeitas sobre várias pessoas a quem o homicídio de Rosalina Ribeiro, antiga secretária e companheira de Lúcio Tomé Feteira, supostamente interessaria – entre elas Olímpia Feteira Menezes, filha do magnata e cabeça-de-casal da sua herança.
A suspeita das autoridades sobre a autoria do crime virou-se inicialmente para o próprio advogado, pois Duarte Lima, do seu quarto de hotel em Belo Horizonte, ligou na manhã do dia do crime para a loja Pantanal – representante da marca de armamento Taurus e que é uma espécie de armazém geral, onde se vende…
Acompanhando passo a passo o trajecto de Duarte Lima – chegada a Belo Horizonte a 6 de Dezembro, ida ao Rio de Janeiro e saída do país dois dias depois – através das antenas celulares que captaram a hora e a localização do aparelho A, verifica-se que o advogado chegou ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves um…
As versões que Duarte Lima deu à polícia brasileira, com o tempo, multiplicaram-se.
Duarte Lima disse à Polícia brasileira, num fax que enviou pouco depois da morte da sua cliente, Rosalina Ribeiro, que foi esta quem lhe ligou, para o seu telemóvel oficial, a pedir um encontro no Rio de Janeiro. Esta é, segundo fontes judiciais, a primeira ‘mentira’ do advogado.