1955-2024 . Toriyama foi o grande embaixador da Anime no mundo.
Numa noite em que não houve surpresas, a Academia apresentou a sua rendição a Christopher Nolan, com Oppenheimer a conquistar 7 das 13 categorias para que estava nomeado, entre elas da melhor filme e melhor realização, o que veio cimentar o estatuto de Nolan como o principal cineasta da sua geração.
Depois de um longo interregno, e do fenómeno que ficou conhecido como a marvelização do cinema, em que os grandes blockbusters pareciam acompanhar a infantilização das audiências, o sucesso dos filmes de Christopher Nolan e Denis Villeneuve aponta agora para uma reaparição das angústias intemporais e da matéria mitológica.
A ausência da Cultura nos programas eleitorais gerou alguma perplexidade e denúncias entre alguns dos nossos agentes do sector, mas enquanto estes continuam a exigir mais atenção e uma fatia maior do bolo orçamental, escusam-se por todos os meios a confrontar o vazio que garante a esterilidade das actuais “políticas culturais”.
Meio século passou sobre a revolução que nos deu a liberdade e sobre o curto período em que algo da ordem do desejo ou até da utopia se manifestou à escala do conjunto da sociedade, mas, como nos mostra alguma literatura, tudo isso logo foi reprimido.
Na segunda temporada da série “Feud”, Ryan Murphy escolheu como ringue a alta sociedade nova iorquina na década de 1970, e o confronto letal entre o maior cronista das obsessões e vícios da cultura norte-americana e as socialites que viram a sua intimidade exposta e que o ostracizaram.
O livro de estreia de um poeta nascido em Odessa, e que juntamente com a família obteve asilo nos EUA, leva-nos de volta à ferida mortal do século passado, e à lúcida e dolorosa memória que entre si traficam aqueles que procuram restituir à música a palavra num mundo de onde os sinos foram arrancados.
Um pequeno selo independente (Não Edições) acaba de publicar uma dessas discretas obras-primas da poesia contemporânea europeia, um livro seminal que se impôs como o mais fulgurante antecedente dos discursos que hoje procuram revigorar a criação literária deixando para trás as limitações e preconceitos da perpectiva antropocêntrica.
1932-2024. Até ao fim, Patrício continuou a defender o império colonial português.
Duas décadas após a morte de uma das poetas que melhor conheceu, revirou e fez sua esta língua, chega-nos por fim a reunião da sua obra poética. A bruxa que «vestindo, despindo e arrastando amor, infância, sóis e sombras, veio dizer coisas terríveis à gente que passa».
1947-2024 Debaixo de um dilúvio e apenas com a guitarra acústica, Melanie conquistou o maior palco do mundo.
Criada em 2013, a Fundação Gramaxo nasceu com o fito de recuperar e abrir ao público a Quinta da Boa-Vista, que pertence à família desde o século XVII.
1933-2023 – A colecionadora e mecenas morreu na segunda-feira passada, aos 91 anos.
Num percurso guiado pelos testemunhos e orientações de diversos pensadores, tentamos estebelecer uma fronteira entre um pensamento autónomo e crítico, que impediria o indivíduo de se abandonar ao ânimo coletivo, e toda essa dinâmica de manifestações efusivas que usurpam a própria gramática política e em último caso nos entregam ao niilismo.
Dois livros de dois poetas – Jorge Roque e Andreia C. Faria – publicados com poucas semanas de diferença, além de um mortífero ataque ao ambiente em redor, expõem a inanidade dos juízos mais pessimistas e dos balanços do fim de ano, deixando claro que é apenas o complô dos impotentes, que assim lidam com…
É célebre a frase de Oscar Wilde que diz que estamos todos na sarjeta, mas que alguns não se resignam, e vivem na contemplação das estrelas. De alguma forma a literatura não se esquiva a um sentido lúcido e doloroso da existência, mas também não abre mão das aberturas luminosas que nos oferecem os astros…
1948-2023. O ator britânico morreu aos 75 anos no passado sábado
Com o ano a terminar, multiplicam-se os balanços e as recapitulações do que foi publicado. Numa sociedade acelerada e com falta de tempo, estas listas ajudam-nos a lidar com a infinita complexidade do mundo. Como notou Irene Vallejo, são “o nosso sistema defensivo para neutralizar a expansão do caos”.
A morte de Toni Negri deixa um vazio num momento em que, nem perante uma crise existencial, o mundo se resolve a admitir que só a revolução pode trazer um novo rumo.