A recondução do Chefe do Estado-Maior do Exército não é um acto de personalismo, mas um acto de política de Estado. Reconduzir o General Eduardo Mendes Ferrão é mais do que um gesto de confiança: é um acto de responsabilidade política.
A mudança não depende apenas dos políticos, depende também de nós, enquanto sociedade. A mentira adia; a verdade transforma!
Para Portugal, o desafio é maior: ou assumimos o papel de âncora atlântica da Europa, ou ficamos reduzidos a passageiros de segunda classe num comboio que já vai descarrilando.
Depois de décadas de desinvestimento, o debate voltou a estar ativo e uma das questões principais tem sido a de saber se os europeus devem ou não construir armas em conjunto.
A bravura dos nossos soldados nunca foi nem será posta em causa, mas a sua sobrevivência e recuperação, em caso de ferimento em combate, dependerá daquilo que hoje formos capazes de prever, planear e estruturar.
A fase de transição, em que já estamos na Europa, Portugal forçosamente incluído, é a da adaptação entre paz e guerra, é o período mais crítico e mais negligenciado.
Muitos políticos MAGA e analistas norte-americanos continuam a afirmar que os EUA carregam o “fardo da NATO” quase sozinhos, mas esta afirmação, frequentemente repetida, carece de rigor.
A NATO sinaliza a necessidade urgente de se melhorar significativamente no curto/médio prazo a resiliência das sociedades civis, a defesa territorial e a capacidade de rápidas respostas coordenadas, fazendo a Defesa evoluir de uma organização militar estritamente defensiva para uma estrutura de segurança mais integrada e adaptável a múltiplas ameaças
Em vez de um confronto sério de ideias sobre Economia, Defesa, Saúde, Educação ou Justiça, assistimos a um desfile de slogans, ataques ad hominem e estratégias de marketing esvaziadas de substância. Substitui-se o conteúdo pela performance, e evita-se o erro com tanto zelo que se abdica da proposta.
A presente análise procura, por isso, identificar convergências e divergências, destacar pontos fortes e fragilidades nas propostas partidárias.
O País vive num equilíbrio precário, onde os números macroeconómicos escondem realidades microdramáticas. O sistema fiscal continua injusto, pesado e penalizador para quem trabalha e produz. A inflação consome os aumentos nominais das pensões. E a imigração, em vez de ser encarada como oportunidade, é mal gerida.
Alguns torcem o nariz quando se fala de um candidato oriundo das Forças Armadas. “Mas não tem experiência política!” — dizem. Pois é justamente por isso que pode ser a mudança de que tanto precisamos.
Num mundo onde a guerra já não é só no campo de batalha, mas também no ciberespaço e nas redes sociais, Portugal precisa de desenvolver uma estrutura nacional de ciberdefesa robusta, integrada com parceiros internacionais, e capaz de responder a ameaças híbridas e desinformação.
António José Seguro não galvaniza a unanimidade socialista, António Vitorino não desperta entusiasmo e, perante este vazio de liderança, falta apenas o inefável e inenarrável Augusto Santos Silva oficializar a sua candidatura, completando o ciclo da fragmentação.
O Governo não pode continuar a encarar a Defesa como uma questão restrita às FFAA.
Espera-se que a escolha dos portugueses possa ser entre ‘Marques Mendes como peixe de águas profundas e Gouveia e Melo como submarinista’