Estar enraizado, ser mais plenamente humano, depende de ter uma ligação real e ativa com o passado, ou seja, com a história e as tradições. Depende também de participar numa vida coletiva estável, como a família, a aldeia ou a nação, e de ter um papel com sentido na ordem do mundo, onde se reconhecem…
O que hoje sucede ao PS português ecoa, em muitos aspetos, o destino do outrora hegemónico PS francês, hoje reduzido a quase nada.
A nova esquerda rompe com esse legado e substitui-o por uma lógica essencialmente simbólica, fragmentada e moralista.
Esta forma de representação direta do trabalho dentro da estrutura empresarial reflete uma herança de modelos antigos de inspiração comunista da antiga União Soviética e Jugoslávia, incompatíveis com os princípios de gestão das democracias liberais ocidentais.
O poder não cairá no colo de Sousa Pinto e Morgado por aclamação. Isso não vai acontecer. O poder não é dado. O poder toma-se.
A essência da democracia, a sua grandeza e também a sua fragilidade, reside no princípio de que cada pessoa vale um voto. A liberdade de escolha é total, e cada um responde unicamente perante a sua consciência, sem medo de punição.
O sistema político-mediático que deu origem a forças fora do seu controlo continua sem compreender o que aconteceu. E menos ainda o que está para acontecer.
A democracia sem exigência torna-se farsa. O voto sem consciência torna-se ritual vazio.
Ironicamente, se compararmos os seus actos concretos aos de Kennedy, Trump parece um anjinho de sacristia.
Com esta nova transgressão da União Europeia, o dinheiro deixa de ser uma extensão da liberdade individual para se tornar num instrumento de controlo tecnopolítico. Deixa, em definitivo, de pertencer ao cidadão.
Menos Estado, menos paternalismo, mais liberdade individual, mais autonomia e maior sentido de auto-responsabilidade. Essas são condições mínimas para qualquer país que aspire a ser verdadeiramente moderno e democrático
A experiência transgénero desafia categorias herdadas e merece respeito. Contudo, isso não exige apagar os limites semânticos das palavras.
A política reduziu-se à arte de não ser apanhado — ou de garantir que, sendo apanhado, não se tenha infringido a letra da lei. A moral, dizem-nos, é coisa da consciência de cada um. O resultado é a total desvinculação entre legalidade e legitimidade moral.
Este pensamento homogéneo, que se afirma liberal e progressista, revela-se afinal como uma forma de pensamento único.
Os ilícitos devem ser julgados e condenados, mas mais parece uma moda, quando alguém se torna politicamente incómodo, acabar invariavelmente perseguido, acusado e condenado. Trata-se de uma coincidência recorrente que merece ser questionada.
A atmosfera predominante de superproteção e o sentimentalismo tóxico desarmam o humano de um mundo que é também conflito e fracasso
O seu unanimismo artificial está bem patente na produção do consenso imposto, são todos Black Lives Matter, #MeToo, anti-Trump, entre outros. Da mesma forma, nos grandes canais do sistema, nunca falta o especialista de serviço para reafirmar até á exaustão a sua profissão de fé contra Trump ou, por cá, contra Ventura.
O descontentamento com a democracia liberal tem-se traduzido no surgimento do que podemos designar de uma nova direita.
Já não são apenas excêntricos visionários criando produtos inovadores e acumulando fortunas; estão a adquirir poder real, iniciando uma nova fase da história cuja direção é difícil de prever.